Vendas do Comércio de Ribeirão Preto caem -1% em junho

Trata-se da terceira queda consecutiva, mesmo assim, a média acumulada do primeiro semestre de 2024 ainda fechou com tímida alta de 0,9%; O levantamento é do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV SINCOVARP/CDL RP)

As vendas do Comércio Varejista de Ribeirão Preto tiveram queda média de -1%, em junho de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o que aponta o levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas). Mesmo negativo, o resultado representa pequena recuperação, em relação ao indicador de maio (na comparação com maio de 2023), quando a variação foi negativa de -3,5%.

“Tivemos um certo pico de vendas até o Dia dos Namorados (12). Depois disso, em vez de uma queda muito acentuada, vimos a temporada de festas juninas e a chegada do frio conseguindo segurar um pouco mais as vendas que ‘caíram menos’ em junho. A recuperação só não foi maior porque as obras de mobilidade e os corredores de ônibus continuaram gerando impactos no Comércio Varejista”, analisa Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDL RP.

Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDL RP.

Empregabilidade

Em junho, a variação entre vagas abertas e fechadas no mercado de trabalho varejista voltou a apresentar estabilidade, mostrando grande cautela por parte dos empreendedores.

Índice de Confiança

Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança SINCOVARP/CDL de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes) registrou média de 3,0 pontos, em junho, classificado como positivo. No índice de longo prazo (que olha para os 12 meses seguintes), a média foi de 2,8 pontos, em junho, próximo de uma avaliação positiva.

Acumulado do 1º Semestre

O CPV SINCOVARP/CDL também apurou o desempenho médio de vendas do Comércio de Ribeirão Preto no acumulado do primeiro semestre de 2024. Mesmo com três quedas seguidas (em abril, maio e junho), o primeiro semestre ainda fechou com pequena alta média de 0,9%, muito por causa do bom desempenho de janeiro. No acumulado do mesmo período, em 2023, a média foi de +1,86%.

Ano – Ano (1º Semestre de 2023)
JanFevMarAbrMaiJun
-0,81%-2,50%4,20%6,20%5,50%-1,42%

Ano – Ano (1º Semestre de 2024)
JanFevMarAbrMaiJun
7,30%3,10%1,50%-2,00%-3,50%-1,00%

Fatores/Vendas no primeiro semestre de 2024:                            

  • Jan: +7,3% (Com menos vendas, no fim de 2023, sobraram promoções de queima de estoque que atraíram o consumidor, em janeiro. O período de férias também ajudou);
  • Fev: +3,1% (Ainda promoções de queima de estoque e o carnaval);        
  • Mar: +1,5% (Dia do cliente ajudou, mas os impactos das obras de mobilidade, em especial no centro da cidade, ganharam força);                                               
  • Abr: -2% (Impactos das obras de mobilidade ficam mais intensos. Queda só não foi maior por causa do período de montagem da Agrishow e dos primeiros dias da feira, que trouxeram movimento);                                                                                           
  • Mai: -3,5% (Registrado um pico de vendas, ainda que abaixo das expectativas, com Agrishow e Dia das Mães, e uma queda acentuada de vendas no restante do mês);
  • Jun: -1% (Dia dos Namorados, temporada de festas juninas e o frio, ajudaram com pequena recuperação).

Empregabilidade (acumulado)

A variação entre vagas abertas e fechadas no mercado de trabalho varejista, entre janeiro e junho, apresentou pequena queda média de -0,3%, apontando para uma estabilidade. “Em termos de empregabilidade, o primeiro semestre não foi muito favorável para o Comércio Varejista de Ribeirão Preto, muito pela fase de desaquecimento do consumo agravada pela redução de quadros de funcionários por causa dos impactos das obras de implantação dos corredores de ônibus”, explica Galli.

Fatores/Empregabilidade no primeiro semestre de 2024:      

  • Jan: -0,8% (muito pelas dispensas dos temporários de fim de ano);         
  • Fev: estabilidade;                                                                                        
  • Mar: estabilidade;                                                                                      
  • Abr: +1% (muito pelo reforço das equipes para Agrishow e Dia das Mães);
  • Mai: -0,5%;
  • Jun: estabilidade.                 

Índice de Confiança (acumulado)

Em uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança SINCOVARP/CDL de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes) registrou média de 3,3 pontos, no acumulado do primeiro semestre, classificado como positivo. E o índice de longo prazo (que olha para os 12 meses seguintes) também registrou média de 3,3 pontos, no acumulado de janeiro a junho, igualmente classificado como positivo.

“No começo de 2024, o cenário era de maior estabilidade da inflação e dos preços dos combustíveis, incluindo a tendência de queda da taxa de juros com maior disponibilização de crédito. A economia esteve um pouco mais aquecida. No entanto, notamos que o otimismo do consumidor foi diminuindo na medida em que os índices de inflação voltaram a subir, que houve interrupção do ciclo de queda da taxa de juros, que houve aumento do nível de endividamento das famílias brasileiras, que houve aumentos de taxações e impostos (muito para cobrir o rombo das contas do governo), e, ainda, pela pressão exercida pelos preços internacionais do petróleo sobre o mercado interno, tanto que, nas últimas semanas, tivemos a elevação do preço da gasolina nas refinarias. No caso do etanol, ainda tivemos aumento de preços provocada pela disparada do dólar”, afirma o pesquisador.

Ainda de acordo com Galli, o baixo desempenho de vendas do Varejo de Ribeirão Preto, ao longo dos seis primeiros meses do ano, aponta para um segundo semestre complicado e desafiador. “A maior aposta dos lojistas é nas datas sazonais que ainda restam no calendário varejista, que são o Dia dos Pais (agosto), Dia do Consumidor (setembro), Dia da Criança (outubro), Black Friday (novembro) e o Natal (dezembro). É importante lembrar que, nesse ano, ainda teremos eleições municipais. O que se espera é uma grande polarização política com turbulências. Os comerciantes precisam ser resilientes e estratégicos no sentido de tentarem se descolar dos efeitos negativos da disputa eleitoral, focando no que realmente importa: aumentar vendas!”, finaliza.

Da Redação.

Fotos: Agência Brasil EBC.

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