Comitê de Acompanhamento desenvolve novo Plano de Ação para reduzir impactos das obras de mobilidade no Comércio de Ribeirão Preto

As sugestões foram entregues diretamente ao Prefeito Duarte Nogueira, na tarde desta quinta-feira (25). Entre as medidas estão alternativas para ampliar vagas de estacionamento e facilitar o acesso de consumidores ao Comércio da Av. Nove de Julho, além de um calendário para interrupção das obras em corredores comerciais da cidade, nas vésperas das datas sazonais do Varejo

O Comitê de Acompanhamento das Obras de Mobilidade, em Ribeirão Preto (SP), entregou na tarde desta quinta-feira (25), ao prefeito Duarte Nogueira, um Plano de Ação com medidas para minimizar os impactos das obras no Comércio Varejista. Trata-se de uma versão atualizada do Plano de Ação desenvolvido em abril de 2023, considerando o cenário de agora com visão de curto, médio e longo prazos.

Além do prefeito Duarte Nogueira, também participaram da reunião o secretário da Casa Civil, Alessandro Hirata, e o vereador Renato Zucolotto, que facilitou o encontro. Liderado por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas), o Comitê de Acompanhamento esteve presente com seus coordenadores e empresários integrantes do grupo que já reúne 23 entidades e movimentos setoriais, e mais de 60 empreendedores.

Proteção às vendas

Entre as 15 sugestões entregues ao Prefeito está um novo cronograma de interrupções/flexibilizações das obras de mobilidade nas vésperas das datas sazonais do calendário varejista de 2024. “Apontamos semanas, dias e horários, de forma a proteger e estimular as vendas do Comércio no ano todo, em especial no Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e no período de Natal. São soluções desenvolvidas principalmente para facilitar o acesso dos consumidores às lojas impactadas pelas obras em toda a cidade”, explica Paulo César Garcia Lopes, presidente do SINCOVARP e da CDL RP.

Av. Nove de Julho

O Plano de Ação também contemplou medidas específicas para a Av. Nove de Julho que agoniza, há sete meses, desde que as intervenções começaram na parte tombada pelo patrimônio histórico. E com o rompimento do contrato entre a Secretaria de Obras e a Construtora Metropolitana, do Rio de Janeiro, no início de dezembro de 2023, a situação piorou ainda mais. As obras, que tiveram conclusão de apenas 7,7% do projeto original, foram paralisadas por tempo indeterminado até que seja finalizada uma nova licitação.

Segundo afirmou Duarte Nogueira, “Queremos concluir a nova licitação da Av. Nove de Julho até o fim de abril de 2024, para uma retomada imediata das obras”. Sobre as obras de corredores de ônibus do centro, o prefeito disse que “a conclusão está prevista para o final de maio desse ano”, caso não haja nenhuma intercorrência mais séria. No que diz respeito aos corredores de ônibus do eixo leste-oeste, a meta seria concluí-los “até setembro de 2024”, cravou.

“Entre as medidas que sugerimos em benefício da Av. Nove de Julho, estão três projetos alternativos para a criação de bolsões de estacionamento rotativo de veículos leves, aproveitando o próprio trecho interditado para facilitar o acesso de consumidores aos estabelecimentos que viram as vendas despencarem. Todas as possibilidades foram apresentadas previamente à RP Mobi e se mostraram viáveis”, diz André Rezende, coordenador do Comitê de Acompanhamento e Relações Institucionais do SINCOVARP e CDL RP.

Para embasar ainda mais a sugestão, o Comitê consultou o engenheiro civil José Roberto Romero, especialista em concreto e fundações com 49 anos de atuação na área. Ele avaliou o local e, também, participou da reunião com o prefeito. Atestou pessoalmente a viabilidade. “O trecho entre as ruas Marcondes Salgado e São José só não é resistente ao trânsito de veículos mais pesados. Para veículos mais leves, o pavimento é totalmente resistente. Todas as soluções apresentadas pelo Comitê são viáveis”, afirmou.

Medidas sugeridas pelo Comitê de Acompanhamento para a Av. Nove de Julho:

1 – Conclusão do trecho 1 (inacabado) e liberação total da Av. Nove de Julho, até que a situação da nova licitação seja resolvida.

2 – Caso a sugestão 1 não seja atendida, solicitou a criação e regulamentação de um bolsão de estacionamento rotativo. O Comitê desenvolveu e apresentou três alternativas viáveis e ainda uma sugestão de protocolo de ação para quando as obras forem retomadas.

3 – Manter os cruzamentos da Av. Nove de Julho com as ruas Marcondes Salgado e São José, liberados até o reinício das obras.

4 – Ações periódicas de zeladoria, limpeza e roçada, na Av. Nove de Julho como um todo, de forma a manter o ambiente mais seguro e atrativo para os consumidores.

5 – Adesão da Guarda Civil Municipal ao projeto “Vizinhança Solidária” que o Comitê criou em conjunto com a Polícia Militar. Seria um reforço importante nessa fase de esvaziamento da Av. Nove de Julho.

6 – Monitoramento e manutenção constantes da iluminação pública.

7 – Melhoria e adequação da sinalização de trânsito da região.

8 – Envolvimento da Prefeitura na ação “Vem pra Nove!”, inclusive realizando eventos culturais nos espaços não interditados da Av. Nove de Julho, aos finais de semana.

9 – Máxima agilidade na realização da nova licitação para as obras de revitalização e restauro.

O prefeito Duarte Nogueira afirmou que o Plano de Ação será avaliado até a próxima semana quando o executivo apresentará uma devolutiva ao Comitê de Acompanhamento.

Lauro Santos, proprietário da Familiare e integrante do Comitê de Acompanhamento, sofreu queda de 35% a 40% no movimento de clientes e já teve de demitir quatro colaboradores por conta dos impactos das obras. Na reunião com o prefeito, ele afirmou que o comércio da Av. Nove de Julho está vivendo um processo de “asfixia”. “A Av. Nove de Julho está pedindo socorro! Por isso viemos ao prefeito para mostrar a real situação, com embasamento e verdade. Acreditando no cronograma inicial das obras, nos preparamos para dois meses de interdição e o problema já se arrasta por sete meses e sem data para terminar. É muito complicado para as micro e pequenas empresas que são a maioria das que operam na avenida e seu entorno. Precisamos atrair os clientes de volta. A hora de agir com mais firmeza é agora e acho que o prefeito entendeu isso”, disse o empresário que ainda destaca “Na reunião, a Prefeitura se comprometeu a se empenhar com medidas que mostrem à população que, apesar das intervenções, a Av. Nove de Julho está viva e acessível”, completa.

Para Rezende, a reunião foi muito produtiva. “Sentimos boa vontade por parte do prefeito. Sugerimos medidas inteligentes, de baixo custo, e algumas até de custo zero para os cofres públicos. Mostramos que dá para colocá-las em prática para amenizar consideravelmente os graves problemas da Av. Nove de Julho que é um cartão-postal da cidade. Estamos confiantes de que vai prevalecer o bom senso e assim seremos atendidos em nossos apontamentos e solicitações. Mais do que pedir ou criticar, quando se faz necessário, o Comitê mapeia as demandas e participa das soluções”, destaca.

Segundo Paulo Lopes, “O Comitê tem muito peso e representatividade, por meio de uma união de forças que SINCOVARP e CDL fazem questão de realizar. A atuação coletiva é o nosso forte. Desde o início, estamos trabalhando intensamente e com muita sinergia. Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para defendermos os empreendedores prestando todo apoio para que esse momento difícil seja superado”, finaliza.

Fonte: Ribeirão Capital.

Fotos: Comitê de Acompanhamento das Obras de Mobilidade em RP.

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