Arroz branco foi responsável pelo maior aumento em termos monetários, aponta pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara
Dois dos três grandes grupos analisados apresentaram aumento de preço: alimentação, que possui maior peso no custo total da cesta, teve variação positiva de 0,88%, ou aumento de R$ 6,22 no preço médio; e higiene pessoal, com variação positiva de 0,27%, ou um acréscimo de R$ 0,28. Já o grupo de limpeza doméstica apresentou deflação, com variação negativa de 6,84%, o que significou uma redução de R$ 4,95 no custo.
Ainda sobre novembro, os principais aumentos percentuais foram: cebola (62,9%); feijão carioca (7,0%); macarrão com ovos (4,4%); arroz branco (3,5%); e creme dental (1,6%). E os produtos com maior decréscimo percentual foram: sabão em pó (-8,3%); salsicha avulsa (-7,7%); sabão em barra (-6,6%); ovos brancos (-3,3%); e carne de segunda – acém (-2,6%).
O Arroz branco foi responsável pelo maior aumento em termos monetários, provocando o acréscimo de R$ 2,76 no custo médio da cesta, em razão do aumento de R$ 0,92/pacote de 5kg. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi o sabão em pó, com um decréscimo de R$ 3,89 no custo da cesta analisada, em razão da diminuição de R$ 0,97/unidade.
O aumento do preço do arroz é explicado pelos baixos estoques atuais, pela boa demanda externa e pelas dificuldades enfrentadas na semeadura no Rio Grande do Sul, devido às chuvas intensas, segundo o relatório da CEPEA – ESALQ/USP. “Além do clima, a umidade tem prejudicado o desenvolvimento das lavouras plantadas. Os pesquisadores do Cepea indicam que uma retração no consumo, devido à dificuldade dos atacadistas e varejistas em repassar os reajustes de preços aos consumidores, poderia conter o atual avanço da valorização do item”, explica Bernardo Carvalho, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio.
A cebola ficou com a segunda maior variação mensal em termos monetários, com acréscimo de R$ 2,70 no custo da cesta analisada, em razão do aumento de R$ 2,70/kg. De acordo com relatório da CEPEA – ESALQ/USP, o aumento no preço da cebola é consequência de eventos climáticos extremos no país que afetam o manejo, a colheita e a comercialização do produto.
Com relação aos movimentos de baixa, a carne de segunda – acém foi o item do grupo de alimentação que registrou maior redução monetária, contribuindo para o decréscimo de R$ 2,76 no custo médio da cesta, em função da diminuição de R$ 0,69/kg. Ainda de acordo com o relatório da CEPEA – ESALQ/USP, o clima, as vendas externas de carne em ritmo aquecido e o final da safra de confinamento vêm sustentando os preços internos da arroba do boi gordo, o que resulta em certa diminuição na oferta de boi gordo em diversas regiões pesquisadas pelo Cepea.
Inflação
No acumulado de janeiro a novembro de 2023, a cesta básica barateou R$ 67,95 – o que corresponde a 7,09% de redução. Entre os grupos, a alimentação e limpeza doméstica apresentaram redução de preços, enquanto o a higiene pessoal encareceu. Os produtos de limpeza doméstica registraram queda de 9,09%, ou R$ 6,74; os itens de alimentação sofreram diminuição de 8,46%, o equivalente a R$ 65,84; já o grupo de higiene pessoal obteve inflação de 4,52%, ou R$ 4,63.
Com relação aos produtos, 11 dos 32 produtos apresentaram encarecimento entre os meses de janeiro e novembro de 2023. Os itens que apresentaram maior alta acumulada no primeiro semestre foram: arroz branco (14,70%); creme dental (11,67%); açúcar refinado (8,45%); farinha de mandioca torrada (8,24%); e molho de tomate (6,66%). Já os que apresentaram maiores reduções foram: óleo de soja (-34,09%); batata (-25,43%); feijão carioca (-23,82%); salsicha avulsa (-20,15%); e carne de segunda – acém (-17,52%).
A variação acumulada em 12 meses foi de -6,35%, ou seja, barateamento de R$ 60,38. Sobre os grupos, os produtos de higiene pessoal registraram alta de 5,11%, equivalente a R$ 5,21. Já os itens de alimentação reduziram em 7,66%, ou R$ 59,37. Por fim, o grupo de limpeza doméstica ficou 8,46% ou R$ 6,22 mais barato.
Salário mínimo
O custo médio da cesta básica em Araraquara representa atualmente 67,4% do salário mínimo. O valor é superior ao registrado no mês anterior, de 67,3%, aproximadamente 11 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo mês do ano anterior (novembro de 2022), quando o valor da cesta básica representava 78,4% do salário mínimo vigente à época.
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